Não se tem um quadro claro e definitivo ou de estabelecida duração, cujas regras se fazem declarar, embora ela possa estar em toda e em nenhuma parte concomitantemente.
É um jogo baseado em regras que estão para além das ilações claras e cartesianamente distintas dos amantes da objetividade. Longe disto, ela figura-se fortemente embasada pela ambigüidade e contraditoriedade impulsiva de seus móbiles, próprios do comportamento humano.
Não sendo um jogo de cartas marcadas, por mais que se adiante seus propósitos e objetivos, evidenciando seu ultimar, a sedução jamais deixará de pertencer ao cânone do imponderável. Em seu escopo é mais importante o impacto do verossímil do que a insipidez do verdadeiro. Ela não se dá exatamente no campo do sincero, mas no persuasivo, capaz de provocar pela crença, um despertar no outro o sentimento autêntico que ele próprio não possui.
Seu poder não se restringe a uma arena específica, assim como não se limita a uma faixa etária ou a um biotipo preciso. E não está em maior grau, presente mais em um sexo do que
Um bom sedutor não se torna solitário, mas um perfeito egoísta ao empenhar-se no jogo, sem prender-se a ponto de perder as rédeas sucumbindo à esfera passional, embora não raras vezes isto acabe por ocorrer.
Não é necessário que o objeto a ser seduzido goste, nem mesmo o sedutor, seja qual intensidade for, mas sim que ele pareça gostar, e de tal modo, que aquele venha a gostar dele.
“(...) é que eu gosto tanto dela, que é capaz dela gostar de mim (...)”
Vinícius de Moraes.
Embora possamos supor que tal amor seja um autêntico e nobre sentimento, isto não seria razão suficiente e nem necessária para que a amada venha amá-lo, mas sim que ele saiba jogar de modo a seduzi-la fazendo-a amá-lo. Podemos seduzir amando, ou apenas fingindo amar, seduzir...
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